No dia 15 de outubro de 2022, foi inaugurada a exposição Reler Debret no Museu Castro Maya – Chácara do Céu, no Rio de Janeiro. O Museu Castro Maya possui uma das maiores coleções de gravuras e pinturas originais de Jean-Baptiste Debret, pintor francês que passou décadas retratando os primeiros estágios da independência do Brasil no início do século XIX.
As gravuras de Debret sobre o cotidiano urbano brasileiro, especialmente no Rio de Janeiro, assim como os relatos de suas viagens por todo o território brasileiro, tiveram grande influência no imaginário brasileiro sobre seu passado colonial.
O compêndio mais famoso de seus trabalhos, Voyage Pittoresque et Historique au Brésil, foi publicado em Paris na década de 1830 e criado para o público europeu. O livro nunca foi um sucesso e caiu no esquecimento até ser redescoberto por seus descendentes um século depois. Desde então, Debret passou a ser considerado um dos mais importantes artistas europeus a retratar a vida colonial brasileira, gerando debates sobre se suas representações seriam uma romantização da vida colonial ou um olhar crítico sobre uma sociedade escravocrata.
Nos últimos anos, no entanto, os arquivos de Debret vêm recebendo grande atenção de artistas contemporâneos brasileiros, incluindo nós mesmos, em uma série de fotomontagens nas quais destacamos a presença de mães negras em suas composições.
No Museu Castro Maya, a curadora Anna Paola Baptista selecionou nossas releituras de Debret da série Modos de Olhar, na qual intervimos nas imagens com objetos de religiões afro-brasileiras e outros elementos.
Faça o download do catálogo da exposição aqui.
Também participam da exposição os artistas Denilson Baniwa, Herberth Sobral e Valerio Ricci Montana.
Os trabalhos também fazem parte do livro Rever Debret, de Jacques Leenhardt, pela Editora 34. Ver o livro aqui.