A convite de Ana Lúcia Araújo, historiadora brasileira radicada nos Estados Unidos, fomos convidadas para apresentar o projeto Mãe Preta no painel “Interrogating the Visual Archive of Slavery: Enslaved Women in Art, Museums, and Memorials” na conferência Berkshire Conference of Woman Historians na sua 18a.edição na Johns Hopkins University em Baltimore, EUA em maio de 2020.
A conferência é a maior conferência de historiadoras nos EUA que reúne apenas participantes mulheres com abordagens diversas sobre questões de direitos das mulheres, meio-ambiente, racismo, história da arte e do ativismo, e muito mais. Veja o site da conferência aqui.
O título da nossa apresentação é “Ways of Seeing Black Motherhood in Slavery Archives in Brazil: Mãe Preta, An Exhibition and Artistic Research Project” onde a intenção era apresentar nossa pesquisa sobre a representação da maternidade negra nos vastos arquivos da escravidão no Brasil e nossa abordagem artística, curatorial e institucional em relação a questões de memorialização da escravidão no Brasil. Confira o resumo de nossa apresentação neste link.
O painel conta também com contribuições das historiadoras norte-americanas Renée Ater, professora de história da arte na Universidade de Maryland, com uma apresentação sobre abordagens artísticas de monumentos dedicados à abolicionista Harriet Tubman nos EUA; Kimberly Cleveland, professora no College of Art & design da Georgia State University, e autora do livro recente mais completo sobre amas-de-leite negras no Brasil Black Women Slaves Who Nourished a Nation: Artistic Renderings of Black Wet Nurses in Brazil, 2019), com uma apresentação sobre a política de gênero detrás das campanhas de monumentalização da figura da mãe preta nos EUA e no Brasil no período da pós-abolição, que apenas se concretizou no Brasil com o Monumento Mãe Preta em São Paulo (ver a obra Modos de Apagar); e Ana Lucia Araujo, historiadora na universidade negra Howard University, com uma apresentação sobre Sally Hemings, uma mulher negra cujo dono era o ex-presidente e autor da declaração de independência americana Thomas Jefferson, e como a sua inivisibilidade à sombra de seu dono se reflete na representação de sua história em arquivos e museus.
Infelizmente, a conferência foi cancelada por conta da pandemia, mas ficamos honradas com o convite e com a aceitação da nossa proposta e temos esperança de podermos apresentar nossa contribuição no próximo ano!